Estava eu no fundo do lago, a vários metros de profundidade, na minha casinha rodeada de corais, quando recebi um e-mail do Peixe-Rei-dos-Peixes a convidar-me para ir a uma festa.
A festa era para homenagear uma Pequena Estrela que tinha iluminado o fundo do lago.
Já na festa, vi que estava tudo muito bem organizado.
Toda a gente se tinha esmerado na decoração e apresentação da festa: penduraram nas rochas algas com todas as cores do arco-íris e conchas maravilhosas, as mais brilhantes e bonitas do lago.
As mesas tinham toalhas feitas de algas azuis com bolinhas lilases. Os pratos eram feitos de carapaças de caranguejos e as tigelas de carapaças de tartarugas. Os talheres tinham sido feitos pelo peixe-escultor, a partir de dentes de tubarão. Os copos eram feitos de folhas de plantas enroladas e presas com espinhas e os guardanapos eram corais.
Havia muita luz devido à felicidade da Pequena Estrela.
Na festa, havia duas espécies de empregados: polvos (um, era um excelente e famoso cozinheiro e os outros serviam à mesa) e um peixe-espada, conhecido como “o corta-presuntos. Todos usavam um avental por cima do fato de gala.
Havia imensas coisas para comer, que faziam crescer água na boca e até chorar por mais: cozido de conchas, algas com sabor a morango e cobertas com chantily, salada de algas com pedras, sopa de alforrecas, ponche de areia, hambúrguer de camarão, doce de lapa, salada de polvo com pepino, conchas de chocolate, empadão de terra com gelatina, sopa de minhocas, búzios com recheio de laranja, bolo de pérola, bolo de algas, sandes de barbatana de tubarão, sopa de pedra, camarão com recheio de polvo, caracóis do mar (para entrada), champanhe de espuma de barco, mousse de baleias e mousse de ovas de choco, sumos de caranguejo e de golfinho, vodka de limão com pedra, sumol de corais, coca-cola de caracóis, ice-tea de tinta de polvo, entre outros petiscos deliciosos.
Para a festa foram convidados muitos animais importantes e também a Árvore da Sabedoria, a Pequena Estrela, os gigantes da Ilha Escondida e outros seres do fundo do lago.
Os gigantes ficaram com a cabeça de fora para respirar e iam abaixo para assistir à festa.
Havia uma mesa especial para os convidados de honra, onde estavam sentados o Peixe-Rei-dos-Peixes, a sua família e a Pequena Estrela.
Depois do banquete chegou a hora das diversões.
Ao mesmo tempo, havia música e brincadeiras.
No espaço destinado às brincadeiras, havia um peixe-balão insuflável onde os peixinhos pequeninos saltavam, um circuito para andar de cavalo-marinho, uma barraca onde se atirava setas com um arco para acertar no meio de um pau e para rebentar balões, um parque de skates de concha interna de choco, um campo de paintpolvo e uma barraca onde os peixes-palhaço faziam pinturas faciais com areias coloridas e tinham um workshop de desenho e pintura.
No espaço dedicado à música, havia várias pistas de dança, separadas por recifes. Numa delas, uma aparelhagem tocava música calma e o Peixe-Rei-dos-Peixes dançou com a Pequena Estrela.
Noutra, os peixes dançavam dançaripeixes, as normais valsas das sereias. Os mais agitados dançavam Rokeijo, numa pista onde o peixe Joaquim cantava acompanhado pela sua banda maluca.
A festa foi um sucesso.
Toda a gente foi para casa a dançar, principalmente a Pequena Estrela. As crianças estavam tão cansadas que adormeceram pelo caminho!
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